sexta-feira, 8 de abril de 2011

O Brasil de luto

Peritos chegam à escola para tentar reconstituir massacre no RJ
   
.

Um dia após o massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, uma equipe de peritos criminais chegou por volta das 8h30 desta sexta-feira (8) à unidade para tentar reconstituir o crime.
"Vamos tentar refazer os passos dele lá dentro", explicou o perito Felipe Tsuruta. Apenas agentes participam da ação.



As crianças foram postas lado a lado antes de morrer

“A perícia busca desvendar o autor do crime e a dinâmica de como procedeu todo o episódio. Nós sabemos o calibre de arma, o posicionamento das vítimas”, contou o perito Denilson, que confirmou que as crianças atingidas foram colocadas lado a lado antes de serem alvejadas pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira.

De acordo com os agentes, as salas de aula estavam todas muito bagunçadas e, já nos corredores, era possível ver marcas de sangue. “Encontramos poças de sangue concentradas em alguns cantos das salas de aula”, explicou Tsuruta.

Ele confirmou que a polícia encontrou, além das armas, uma bolsa do assassino. Mas que nela, diferente do que diz a carta deixada pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira, não tinha o lençol branco, em que ele pedia para ser retirado do local. “O que tem nela ainda vai ser avaliado e não podemos divulgar”, resumiu Tsuruda.

 
Homenagem às vítimas

A noite após o ataque, em Realengo, foi de tristeza e homenagens em frente à unidade onde crianças foram vítimas do atirador. Na manhã desta sexta, do lado de fora, no muro da unidade havia flores, velas e cruzes, além de papéis com os nomes dos mortos no massacre.



A previsão é que assistentes sociais e psicólogos façam plantão próximo a escola para dar auxílio a alunos, funcionários e suas famílias. O colégio passou a noite lacrado, com a presença de policiais militares. As aulas estão suspensas.

 
'Não caiu a ficha', diz mãe de aluno

Um dia depois da tragédia, a mãe do menino Mateus, de 12 anos, Fátima Moraes Coelho afirmou que o filho não quer voltar à escola.
“Ele dormiu um pouco à tarde, depois ficou lembrando dos colegas, falou que não caiu a ficha ainda", contou Fátima, que pretende levá-lo a um psicólogo.

 
Polícia quer traçar perfil psicológico do atirador

O delegado titular da Divisão de Homicidios do Rio, Felipe Ettore, disse nesta madrugada, em entrevista ao Jornal da Globo, que o principal objetivo das investigações é traçar um perfil psicológico de Wellington Menezes de Oliveira, responsável pelo ataque.

"Pelas entrevistas que fizemos hoje com parentes localizados e pessoas do convívio, [Wellington] atua como uma pessoa que tinha patologia mental, o que motivou esse crime", afirma Ettore.

"A mãe biológica dele seria portadora de esquizofrenia, segundo relatos dos familiares identificados. A importância é traçar se essa doença mental dele é hereditária", completou, que afirmou que a perícia na escola continuará a ser realizada nesta sexta.

Como foi?

A tragédia foi por volta das 8h30 de quinta-feira (7). Wellington entrou na escola e atirou em salas de aula lotadas. Segundo lista divulgada no início da noite, 12 crianças morreram. O atirador se matou, de acordo com a polícia


foto do atirador esperando as crianças na porta da escola


O sargento da Polícia Militar Márcio Alves, que baleou o atirador após ataque na Escola Municipal Tasso da Silveira, prestou depoimento na Divisão de Homicídios, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, na noite desta quinta-feira (7). O depoimento durou cerca de meia hora.



"Ele estava com um olhar transtornado, determinado a continuar aquela chacina" afirmou. O policial disse também que em 18 anos de Polícia Militar nunca tinha visto nada tão trágico.

"Ele apontou a arma na minha direção, foi baleado, caiu na escada e cometeu o suicídio", contou Alves, que lembrou ainda que o atirador usava um cinturão com munição.

Chamado de herói pelo governador Sérgio Cabral, ele disse que o sentimento é de tristeza pelas vítimas e pelos alunos que presenciaram o ataque. "Se eu tivesse chegado cinco minutos antes, teria evitado", ponderou ele, que tem 18 anos de polícia.



Fonte: G1.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário